O poeta vai acordar.
Meu corpo gelado
sem sentido
queimando na cruz
nem o vento vejo passar.
Quem quer me acolher?
De noite sou cachoeira
na distancia da minha imaginação,
sou uma pedra banhada pelo mar,
minhas defesas
estão falidas.
Uma luz que fica negra a cada dia,
um filete de mercúrio
tenta cicatrizar um corte
que teima em crescer.
Nem o destino de uma grande cidade
talvez consiga me curar,
acho que por acaso não justifica,
tem que entender o alimento.
Por que sou assim?
Um homem simples,
com a poesia a me despedaçar.
O poeta vai acordar
e parar de escrever.