O poeta vai acordar.

Meu corpo gelado

sem sentido

queimando na cruz

nem o vento vejo passar.

Quem quer me acolher?

De noite sou cachoeira

na distancia da minha imaginação,

sou uma pedra banhada pelo mar,

minhas defesas

estão falidas.

Uma luz que fica negra a cada dia,

um filete de mercúrio

tenta cicatrizar um corte

que teima em crescer.

Nem o destino de uma grande cidade

talvez consiga me curar,

acho que por acaso não justifica,

tem que entender o alimento.

Por que sou assim?

Um homem simples,

com a poesia a me despedaçar.

O poeta vai acordar

e parar de escrever.

Condor Azul
Enviado por Condor Azul em 08/05/2007
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