Plenitude

O nada é tão grande hoje

Que me sinto leve para ser

Nada mais me prende, corda solta

Não sou mais a carta do baralho

Sou o prêmio da jogada

O número ímpar que faltava

Ser preenchida pelo vazio

Privilégio de raros mortais

O poder de ser único, caro

Hoje consigo ver o ontem

Aprendi a não conter emoções

Contagiei o caminho seguinte

Segurei por um instante o absurdo

Tudo aconteceu muito rápido

Do que foi não sobrou nada mais

Quero voltar a ser como antes

Vou correr novamente para mim

Preciso voltar para o meu cais.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 30/04/2014
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