ATÉ UMA VEZ
Me lembro do que me disse,
me lembro do que tu eras,
não fazia de ti a tua morada,
que se foge no meio do nada.
Mas que esse mundo eu não conheço,
apenas quando vejo eu reconheço,
que estamos errados do início ao fim.
Morte a quem não morre.
Vida a quem não vive.
Tão certo de que tudo acaba,
eu virei aos montes outra vez.
E que a minha vida eu não seja tão mal,
da espécie rara que eu cultivo,
veio a ser um bicho.
Um eterno lendário traiçoeiro,
a quem chamam de amigo do peito.
Virei até a tua jornada,
pra que veja a tua chegada,
do alto da sacada,
a morte de quem já foi meu.