Correntezas do Tempo
Ilustre, quase imperceptível
Leva consigo inúmeros segredos
Era um vendaval imune ao sol
E ventos que estavam além do som
De belezas mistas, um fúnebre clarão
Dispersos em inúmeros olhares atentos
O tempo segue no semblante de milhares
Inalterado semestre de dor, estação
Partiu o trem novamente, sempre ao fluxo da cidade
Semeando as opiniões em confusão
O tempo empurra uma madura concepção
Derramar injustiça, causadora de tanta aflição
Um vento frio se inicia, quase não bate o coração
O brilho que transcende um fúnebre mistério
Folhas sobrevoam um obscuro cemitério
Era noite e o vento varria poeira ao túmulo
Por um segundo, sussurros no casebre velho
Correntezas de ar atravessam janelas
Marcando desnecessários medos ao som
Um sentimento transpira luz das velas
E o tempo corre depressa, em brilho de aquarela
Deitado sobre o jardim sem o toque do vento
Meu corpo revela um sopro de sofrimento
Era tarde naquele frio acariciando o congelamento
De uma morte fria, perdida nas correntezas do tempo...