Correntezas do Tempo

Ilustre, quase imperceptível

Leva consigo inúmeros segredos

Era um vendaval imune ao sol

E ventos que estavam além do som

De belezas mistas, um fúnebre clarão

Dispersos em inúmeros olhares atentos

O tempo segue no semblante de milhares

Inalterado semestre de dor, estação

Partiu o trem novamente, sempre ao fluxo da cidade

Semeando as opiniões em confusão

O tempo empurra uma madura concepção

Derramar injustiça, causadora de tanta aflição

Um vento frio se inicia, quase não bate o coração

O brilho que transcende um fúnebre mistério

Folhas sobrevoam um obscuro cemitério

Era noite e o vento varria poeira ao túmulo

Por um segundo, sussurros no casebre velho

Correntezas de ar atravessam janelas

Marcando desnecessários medos ao som

Um sentimento transpira luz das velas

E o tempo corre depressa, em brilho de aquarela

Deitado sobre o jardim sem o toque do vento

Meu corpo revela um sopro de sofrimento

Era tarde naquele frio acariciando o congelamento

De uma morte fria, perdida nas correntezas do tempo...

Roberto William
Enviado por Roberto William em 10/04/2014
Reeditado em 10/07/2014
Código do texto: T4763609
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