Alucinações

Alucinações

Pressinto os fantasmas poluindo o tempo;

Sinto no silêncio um anúncio à desgraça;

E vejo ameaças viajando com os ventos.

Reflexos de lágrimas por entre as vidraças.

Por sobre as cabeças medos derramados;

Uma aliança negra que traz as tormentas.

Diabos de poeira em funis acinzentados;

Criaturas do inferno com suas ferramentas;

Um sol que arde em brasa a secar as ossamentas;

escombros de vidas por todos os lados.

Vejo uivarem seres com fogo nas ventas;

Nas bocas famintas o cheiro de fumaça.

cinquenta cabeças, cem chifres e um só rabo.

Vêm loucos a catarem almas entre as carcaças.