ABSTRAÇÃO DO HOJE
Hoje, quero falar com os fantasmas,
Que habitam os adágios de minha aflição.
Hoje, quero falar com as estrelas,
E alcançar um cometa em minha contemplação.
Hoje, quero almofadas com asas,
Que apascente minha alma que está em ebulição.
Hoje, quero ser luz radiante,
Num espelho gigante, fluindo os raios da minha emoção.
Hoje, quero luzir junto à lua,
E me perder em sua loucura com grande obstinação.
Hoje, quero andar pela rua,
Com a minha alma desnuda, chispando na escuridão.
Hoje, chamo a esperança e a ternura,
Que amenizam as fissuras existentes em meu coração.
Hoje, também chamo os palhaços,
Que em seus vãos brocardos reforçam espaços de abstração.