ENIGMAS
Levantaram-se barreiras nos caminhos,
Abriram-se trincheiras nos campos,
As árvores tremeram de susto,
Os canhões troaram em espantos
De carne desfeita, desfigurado busto.
Meus sonhos se diluíram no ar viciado,
Dos matagais mergulhados no lodo
Da vida, que parece ser de tolo,
Sem virtude, apenas com pecado.
Virgens só de nome, de muita luxúria.
Não sei o que aconteceu ao livro
Que quis ler e não li, de segredos
Cheios de surpresas e maldades,
Amores traiçoeiros e secretos,
Que desertaram com perversidade.
São enigmas que não descodifiquei,
E me deixaram sem ter a certeza
Se a vida vale a pena fantasiar,
Ou viver a sério com beleza,
E nos meus braços te imaginar.
Ruy Serrano - 07.04.2014, às 10:45 H