De Tudo, Meu Refugio É Sorvete
I
Ele se aproximava
Acenei com um sorriso
achei que tinha me visto,
mas não era em minha direção que vinha vindo
e como o cais de um Porto vazio
fiquei a ver navios...
II
E depois disso,
Não interessa com quantos eu fale
não há quem cale
o coração
E quem tire dele
a insistência de encontrar quem o queira
com a mesma persistência
e na mesma proporção
III
Pensa saber o que sinto,
mas você próprio sente muito menos que isso
IV
Ai, quero quem me ame como me amo
e me amo em absoluto,
por isso conseguiria te amar em tudo
te completar com as sobras do auto-amor flagelado que sinto,
mas ir tão a fundo
acho que você não conseguiria
V
Mas tem que comer muito feijão
ou muita decepção
pra me compreender, ainda
Ah, leva na brincadeira
VI
Não, comer feijão, não
Você é o feijão
no pote que eu esperava ter sorvete
meu refugio nas segundas-feiras...