Apenas mental.
Surgem os primeiros
raios de pensamento por detrás
da montanha do corpo...
Sentimentos como nuvens
se aproximam lentamente
e, adotam formatos inusitados.
Você ainda deitado
sente-se um ser horizontal.
Quase pleno se não fosse
o despertador
a angústia de ter prosseguir
no dia exterior.
Ao levantar-se sua audição
percebe os passarinhos em festa
voando e cantando um jazz
profuso numa ode a liberdade.
Abro a janela.
Os ventos trazem algum cheiro
de chuva...
polens querem espalhar-se
a vida quer contaminar
tudo.
Embriaga-se de uma
primavera que ainda não há.
Desço as escadas lentamente
dosando os passos
em direção a cozinha.
Há uma névoa junto ao fogão.
O Vesúvio deveria ter sido
mais silencioso
e menos poluidor.
O exaustor cansado
de sugar a fumaça em vão.
Permite-me assim
uma cena londrina
diante de ovos queimados.
Insisto novamente.
Desafios domésticos
são diários demais.
É um calvário e
uma maratona inútil.
Portas, tomadas,
janelas... e,
metros e mais metros de chão
para pisar, limpar e polir...
E o pior, precisamos comer
todos os dias.
Precisamos sobreviver
sob insistente urgência.
Isto cansa demais.
Seria melhor flutuar apenas.
Ou só andar, alimentar-se
e conduzir-se pela mente.
Sem vencer a inércia.
Sem abandonar os sonhos.
Sem digestão ou digressão.
Sem esquecer amores
e nem cultivar ódios
milimétricos...
No alçapão mental
temos tudo.
O kit completo de mundo.
A ferramenta de última geração.
A eternidade instantânea.
A jovialidade imediata.
E o fôlego inesgotável.
Somos atléticos e apolíneos
Verdadeiros filhos de deuses.
Porém encharcados
de mortalidade
e culpa.
Culpa por não ter sido
aquilo que esperavam.
Por não ser melhores
do que somos.
Por não ter percebido a tempo.
Que podíamos ter sido realizados
no vasto plano mental.
Surgem os primeiros
raios de pensamento por detrás
da montanha do corpo...
Sentimentos como nuvens
se aproximam lentamente
e, adotam formatos inusitados.
Você ainda deitado
sente-se um ser horizontal.
Quase pleno se não fosse
o despertador
a angústia de ter prosseguir
no dia exterior.
Ao levantar-se sua audição
percebe os passarinhos em festa
voando e cantando um jazz
profuso numa ode a liberdade.
Abro a janela.
Os ventos trazem algum cheiro
de chuva...
polens querem espalhar-se
a vida quer contaminar
tudo.
Embriaga-se de uma
primavera que ainda não há.
Desço as escadas lentamente
dosando os passos
em direção a cozinha.
Há uma névoa junto ao fogão.
O Vesúvio deveria ter sido
mais silencioso
e menos poluidor.
O exaustor cansado
de sugar a fumaça em vão.
Permite-me assim
uma cena londrina
diante de ovos queimados.
Insisto novamente.
Desafios domésticos
são diários demais.
É um calvário e
uma maratona inútil.
Portas, tomadas,
janelas... e,
metros e mais metros de chão
para pisar, limpar e polir...
E o pior, precisamos comer
todos os dias.
Precisamos sobreviver
sob insistente urgência.
Isto cansa demais.
Seria melhor flutuar apenas.
Ou só andar, alimentar-se
e conduzir-se pela mente.
Sem vencer a inércia.
Sem abandonar os sonhos.
Sem digestão ou digressão.
Sem esquecer amores
e nem cultivar ódios
milimétricos...
No alçapão mental
temos tudo.
O kit completo de mundo.
A ferramenta de última geração.
A eternidade instantânea.
A jovialidade imediata.
E o fôlego inesgotável.
Somos atléticos e apolíneos
Verdadeiros filhos de deuses.
Porém encharcados
de mortalidade
e culpa.
Culpa por não ter sido
aquilo que esperavam.
Por não ser melhores
do que somos.
Por não ter percebido a tempo.
Que podíamos ter sido realizados
no vasto plano mental.