No embaraço da ilusão
Na clausura de minha prisão
Questiono, dos fatos, a verdade
Será, o que vejo, realidade
ou cegueira por travessuras da ilusão?
Talvez o que me chegue às vistas
Seja por certo o avesso
Nas mãos, o trunfo de uma conquista
Por vaidade, distante de ser apreço.
Nos porões escuros da vida
recuso-me a permanecer.
Da outra parte, tais passos incertos
impedem-me, os pés, de mover.
Do tempo, espero a solução
De quem amo, compreensão.
Um dia se vai tal receio insistente
de estar embarcando em nova ilusão.
Há uma verdade explícita
que nada diminui ou esvai
O que sinto é real e inquestionável
sentimento que não se mata, não se vai.
Sorvo, da ilusão, sua essência
e guardo seu extrato bem trancado
Amo, é certo, com ardência
lutar é tarefa vã, quase um pecado.