Miscelânea de silêncios.
Há um silêncio nos sepulcros
Um misterioso silêncio das portas fechadas
Dos punhos cerrados
Dos algozes
que saciam prazer
com a dor alheia.
Há um silêncio inexplicável
na culpa dos réus
dos olhos cabisbaixos
entrevados de chão
e encharcadiços de sangue.
Há um silêncio no folhear dos livros.
Por entre as palavras,
as senhas secretas,
na ilação ilógica
de abrir para novamente fechar.
Há silêncio dentro da catedral.
Por entre os candelabros sagrados.
No queimar lento das velas,
derretando o tempo, e
marcando de fumaça
as orações e preces.
Há um silêncio perfeito
nas súplicas,
nos joelhos dobrados ao chão.
Esfregando a humanidade na terra.
Como se a enraizasse...
para uma primavera fria e
repleta de flores de enfeite
para caixões...
Há um silêncio inato nos cemitérios.
Das informações inscritas,
nas fotografias, nomes, sobrenomes
e até apelidos.
Diante da morte,
o silêncio é nada.
E é tudo.
Passa indelével.
Como um discurso telepático.
Repleto de flashes, signos
e mímica.
O silêncio é apoplexia.
Corrói a razão.
A dialética.
Diante do silêncio,
as contradições brincam de ciranda no
tempo...
ou na dança das cadeiras.
Onde a música não para.
E, o silêncio não para também.
Está em tudo e é infinito.
Em toda a poesia
há mais silêncio que lirismo.
Há uma síncope compassada
pela inércia
e misantropia.
No silêncio.
Negamos todas as coisas.
Até a nós mesmos.
Só existimos,
se rompermos
o silêncio.
Há um silêncio nos sepulcros
Um misterioso silêncio das portas fechadas
Dos punhos cerrados
Dos algozes
que saciam prazer
com a dor alheia.
Há um silêncio inexplicável
na culpa dos réus
dos olhos cabisbaixos
entrevados de chão
e encharcadiços de sangue.
Há um silêncio no folhear dos livros.
Por entre as palavras,
as senhas secretas,
na ilação ilógica
de abrir para novamente fechar.
Há silêncio dentro da catedral.
Por entre os candelabros sagrados.
No queimar lento das velas,
derretando o tempo, e
marcando de fumaça
as orações e preces.
Há um silêncio perfeito
nas súplicas,
nos joelhos dobrados ao chão.
Esfregando a humanidade na terra.
Como se a enraizasse...
para uma primavera fria e
repleta de flores de enfeite
para caixões...
Há um silêncio inato nos cemitérios.
Das informações inscritas,
nas fotografias, nomes, sobrenomes
e até apelidos.
Diante da morte,
o silêncio é nada.
E é tudo.
Passa indelével.
Como um discurso telepático.
Repleto de flashes, signos
e mímica.
O silêncio é apoplexia.
Corrói a razão.
A dialética.
Diante do silêncio,
as contradições brincam de ciranda no
tempo...
ou na dança das cadeiras.
Onde a música não para.
E, o silêncio não para também.
Está em tudo e é infinito.
Em toda a poesia
há mais silêncio que lirismo.
Há uma síncope compassada
pela inércia
e misantropia.
No silêncio.
Negamos todas as coisas.
Até a nós mesmos.
Só existimos,
se rompermos
o silêncio.