monólogo
*
hoje eu quem me encontro ermo.
meus monólogos se tornaram mais frequentes.
regados a litros de suor café e vodka.
o sol, q outrora prevalecia soberano
vomitando sua interminável gastrite sobre mim,
sucumbiu ante a madrugada.
não altera nada em meu cotidiano suplício.
o q ainda percebo é rasteiro. logo se esquecerá.
o q tenho a dizer é leviano. logo se despedaçará.
e meus monólogos se perpetuarão
— até mesmo sem mim
— até mesmo sem língua.
*