monólogo

*

hoje eu quem me encontro ermo.

meus monólogos se tornaram mais frequentes.

regados a litros de suor café e vodka.

o sol, q outrora prevalecia soberano

vomitando sua interminável gastrite sobre mim,

sucumbiu ante a madrugada.

não altera nada em meu cotidiano suplício.

o q ainda percebo é rasteiro. logo se esquecerá.

o q tenho a dizer é leviano. logo se despedaçará.

e meus monólogos se perpetuarão

— até mesmo sem mim

— até mesmo sem língua.

*

geovanne otavio ursulino
Enviado por geovanne otavio ursulino em 21/02/2014
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