MEU APOCALIPSE
No final dos tempos de meu próprio tempo,
Vejo bolas de fogo descendo sobre a terra.
E o caos se instala em todos os continentes,
E eu corto o céu como uma navalha.
Será que posso esperar um novo dia?
Se alguém pergunta, digo que não sei!
Não sei te mostrar qual é o caminho...
Qual o caminho que leva ao coração?
Por que será que todos morreram?
Eu gostaria de vê-los pelo menos mais uma vez;
Poder sentir o toque de seus dedos em mim, mais uma vez.
Quando tudo acabar peço que alguém me acorde, por favor...
Eu gostaria de ouvir você dizer meu nome, mais uma vez,
Mas todas as vozes se calaram, para sempre, talvez...
Talvez seja eu que não as esteja ouvindo;
Quem sabe fui eu que morri e todos estão vivos.
As montanhas e planícies... É tudo tão igual.
É possível estar morto mesmo tendo vida,
Mas é impossível viver sem morrer pelo menos uma vez!
Quisera eu ter a vida simples de alguém que não viveu.
A possibilidade da amnésia me deixa tranqüilo;
Esquecer quem fui e não enxergar quem sou.
Não aceito ser um ser mecânico, é a pior prisão;
Desejo a condição de não ser condicionado.
Por um breve instante vislumbrei uma era feliz,
Em que gelo e fogo se misturavam e tudo ficava azul.
Alguém descia do céu e parecia olhar pra mim;
Eu não tenho direito de dizer adeus se vou ter que voltar...
Autoria: Sidney