Poesia das lendas
As noites mata adentro.
Iluminadas perdem o sono.
] E danam a tagarelar
com os ramos de cipó,
algum esquilo curioso.
Até com lobo faminto.
- Veja só!
Sobre a fauna d'outrora.
Sobre o salto da jibóia,
que engoliu o mágico,
com todas as suas espadas de fogo.
E só regorgitou, cartas marcadas
de novo.
E nas noites encantadas, pelos pajés.
Elas noites, como testemunhas.
Juravam ver as plantas nuas.
com as almas brancas de vergonha.
Falavam dos curumins desmiolados,
que as desrespeitavam, banhando-se
em profundos lagos, altas madrugadas.
Para ver nas águas refletidas.
As faces das noites mulher.
Mas, Noite Esperta não se revela.
Só encanta, para que o matuto
mateiro desvende o mistério
mata adentro.
E se perca nos descaminhos da natureza.
E as noites festeiras o tenham
para sempre.
É que a noite, é serena
Mas, ela tem um medo verdadeiro,
de não ter ouvidos para
suas histórias,
Sobre fadas encantadas
E caiporas.