VERSOS VÉRICOS
Dedico este poema ao licor de chocolate e suas taças de âmbar a mim presenteados na Páscoa, e à minha querida mãe, Eunice.
ao estilo etílico dos provérbios
encontro-me com versos véricos
não dos veríssimos
que na infância me érico
mas das planícies
que me fizera eunice
sinto-me plana
e não plena
de alicerces
para voar
nas noites sem albergues
quando sem pouso certo
as mariposas se debatem na janela
atribuo a elas
um certo ser d’outro mundo
e as deixo entrar ancorando fantasmas
surpreendo-me então com uma delas
transitando em meu travesseiro
adormeço assim,
sem desespero.