Arrecifes

Arrecifes

Sobre o mar, quando vocifero

ancestrais conselhos

de velas e distâncias

aceno...

Quando junto ao mar, exaspero

resquícios de amores

de risos e açoites

enlaço

E se de dentro do mar, vejo mar

singro navegante

mental horizonte

inundo-me

Neste mar de mar

onde confundo

ondas rítmicas

de absurdas linhas

como anzóis

aninham-se

Rasgo

perante arpões...

Sorrio e sinto

que é deste mar

as mãos que riscam os céus

pois é no busto

da íntima volúpia

que repousas, mãos

e de lá

partes

puramente viagens

Vantagens, viadágens e varandas

camuflas

adubas e plantas

Jardins

babilônias e caos

Amores, calores

e sal...

E é no abandonar do mar

percebendo-me

cais novamente

ancoro-me rua!

pele crua

mar e lua

na alvura do tempo

Morna água

salgada transparência

Sou um mar

uma lacuna

imenso espaço.

Márcia Poesia de Sá.

Márcia Poesia de Sá
Enviado por Márcia Poesia de Sá em 18/01/2014
Código do texto: T4654399
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