Arrecifes
Arrecifes
Sobre o mar, quando vocifero
ancestrais conselhos
de velas e distâncias
aceno...
Quando junto ao mar, exaspero
resquícios de amores
de risos e açoites
enlaço
E se de dentro do mar, vejo mar
singro navegante
mental horizonte
inundo-me
Neste mar de mar
onde confundo
ondas rítmicas
de absurdas linhas
como anzóis
aninham-se
Rasgo
perante arpões...
Sorrio e sinto
que é deste mar
as mãos que riscam os céus
pois é no busto
da íntima volúpia
que repousas, mãos
e de lá
partes
puramente viagens
Vantagens, viadágens e varandas
camuflas
adubas e plantas
Jardins
babilônias e caos
Amores, calores
e sal...
E é no abandonar do mar
percebendo-me
cais novamente
ancoro-me rua!
pele crua
mar e lua
na alvura do tempo
Morna água
salgada transparência
Sou um mar
uma lacuna
imenso espaço.
Márcia Poesia de Sá.