Rubra

Rubra

Acho que tenho atração por naufrágios

por adágios e por pílulas de utopia

Desejo o poema arrebatado!

irado e alucinado de endorfinas

Queria escrever o amor

mas hoje me parece impossível

ele desbota e pinga sem parar!

Emparedada na linha, só a vírgula

e essa maciça corrupção verbal

Subjugo ao caos os pratos frios

repudio, regurgito e me irrito!

Escrevo então um livro de ossos

depois o afogo num lago qualquer.

Também sei pintar desprezo

e presas a ele, voam as manhãs...

Uma doce condenação ao silêncio

onde a lâmina dança

entre a aorta e a jugular!

Pulsa! jorra, molha e seca

num vermelho vivo quase morto

Beirando o espetacular!

Márcia Poesia de Sá - 2014

Márcia Poesia de Sá
Enviado por Márcia Poesia de Sá em 14/01/2014
Código do texto: T4648789
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