OLHEIRAS DA NOITE
Plano os beirais. As corujas dardejam acesas,
endossando equivocados madrigais.
Sob a densa neblina, na distância
brilham purpurinas como estrelas,
em neutra fragrância.
Meu olhar desprega-se dos olhos
e vagueia pela cidade emudecida.
Latejam em seus vôos as mariposas
mal paridas,
a praça é solitária, rangem as dobras
da avenida.
Sobre a mesa o cálice e a subida,
o licor das revoadas de cada gole,
a cuspida,
sob as olheiras da noite,
o festim das mandrágoras!