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HARPA EÓLIA

Um dia abrirei minhas asas
Cansadas de não voar
E hei de pairar sobre as casas.

Será numa noite de lua,
Que de tão cheia, brilhará
Nas águas negras do mar.

E o vento me tomará 
Em seus braços transparentes
E nós seremos amantes.

E assim, o vento e eu,
Sôfregos sopros de éter,
Nos faremos transcendentes.

Um dia, abrirei minhas asas
De libélula demente
E não mais irei pousar!

Mas, quem quiser me rever,
Hei de estar na voz do vento
Que não se pode reter. 


Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 22/12/2013
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