HARPA EÓLIA
Um dia abrirei minhas asas
Cansadas de não voar
E hei de pairar sobre as casas.
Será numa noite de lua,
Que de tão cheia, brilhará
Nas águas negras do mar.
E o vento me tomará
Em seus braços transparentes
E nós seremos amantes.
E assim, o vento e eu,
Sôfregos sopros de éter,
Nos faremos transcendentes.
Um dia, abrirei minhas asas
De libélula demente
E não mais irei pousar!
Mas, quem quiser me rever,
Hei de estar na voz do vento
Que não se pode reter.