dois litros de vinho
*
espio pelo olho mágico
nada há
senão breu somente o
vazio do prédio cheio
de ninguém todos
mortos
breu
tranco tudo com chaves e
cadeados é inútil o breu entra
por baixo da porta pelas
janelas escorre pelas
torneiras chuveiros arde nas
bocas do fogão canta nas
ondas de rádio grita nos
canais de televisão
*
quando me
possuirá não sei
mas
não antes de terminar meus
dois litros de vinho
*