A mansão do lago.
Viu aquela mansão ali na beira do lago?
Ninguém a fez, ela simplesmente apareceu.
As pessoas que ali residem são mortais...
Saíram do lago, que também foi por encanto.
Eram protozoários sem sangue nem nada,
Resolveram comer DNA com farofa pronta
E um belo dia criaram pernas e braços,
Transformaram-se em um ser que não era.
Esses seres que não foram, na verdade sempre eram,
Não são apenas o que nunca jamais voltariam a existir,
Só pelo fato de não serem peixes voadores e respirarem,
Fora da guelra ressecada de comida azeda.
Sabe o terreno? aquele da dita cuja?
Não tem fim, apenas cerca imaginária, binária.
Mas o tempo ali não passa, só tempa,
De modo perene e de esquisitice permanente.
Aquilo que eles sentem um pelo outro? Amor...
Foi doado por uma mariposa fatal e empedernida.
Porém, é quase uma dor singela e gozada, jocosa;
Que encontra sentido no côncavo e no convexo.
Carlinhos Matogrosso.