Poesia nua
Despe esse manto.
Retire essas estrela pranteadas.
E prateadas.
E, abandone
esse veludo sangrento,
Pois a lágrima escorre
em semânticas.
Despe essas palavras
da fonética
E agrega o silêncio
como métrica ou rima.
Despe essa cerimônia pomposa
dos pronomes de tratamento,
dos apostos
e, fique apenas com o outro
que nunca será seu.
Outro tempo que não é
presente.
Outro espaço que não é
aqui.
Outra razão que não
é outrora e nem aurora.
Outra divisão que é
una e transcendente
de lirismo,
de lembranças
não registradas em flashes
não emolduradas sobre a mesa
não expostas na vitrine
da curiosidade.
Despe essa farda.
De guerreiro cansado.
Pois a guerra nunca é finda.
E pior:
O vencedor é vencido.
E o vencido é o herói
Que honrou nossa memória
E fincou-se sob a lápide.
Ele foi mais bravo.
Ele foi mais decente.
E abdicou de ser sobrevivente.
E partilhar os ganhos da guerra.
Despe seu traje
de princesa ou pitonisa
Que não conheceu castelo
e nem jóias
Que não adivinhou
sobre o amor ou romance.
Que não teve nem princípio
e nem fim.
Despe essa auréola
Que tanto sacraliza o carnal
E canibaliza o sacro.
Onde os pecados e os mistérios
se misturam e a lua
já fora pisada pelo humano,
fincaram-lhe ainda a bandeira que
não tremula.
Despe desse olhar inquisidor.
Esse mar de dúvidas.
De exatas incertezas.
Que nos afoga
e nos afaga
Nutindo-nos da pura poesia.
Paradoxalmente pendurada
no orvalho
de uma flor em botão.
Ou no canto do sabiá,
presente ainda na brisa.
Que igual a poesia pura
Passa incólume mas
tatua sinistra a sorte
da nudez crua.
Despe esse manto.
Retire essas estrela pranteadas.
E prateadas.
E, abandone
esse veludo sangrento,
Pois a lágrima escorre
em semânticas.
Despe essas palavras
da fonética
E agrega o silêncio
como métrica ou rima.
Despe essa cerimônia pomposa
dos pronomes de tratamento,
dos apostos
e, fique apenas com o outro
que nunca será seu.
Outro tempo que não é
presente.
Outro espaço que não é
aqui.
Outra razão que não
é outrora e nem aurora.
Outra divisão que é
una e transcendente
de lirismo,
de lembranças
não registradas em flashes
não emolduradas sobre a mesa
não expostas na vitrine
da curiosidade.
Despe essa farda.
De guerreiro cansado.
Pois a guerra nunca é finda.
E pior:
O vencedor é vencido.
E o vencido é o herói
Que honrou nossa memória
E fincou-se sob a lápide.
Ele foi mais bravo.
Ele foi mais decente.
E abdicou de ser sobrevivente.
E partilhar os ganhos da guerra.
Despe seu traje
de princesa ou pitonisa
Que não conheceu castelo
e nem jóias
Que não adivinhou
sobre o amor ou romance.
Que não teve nem princípio
e nem fim.
Despe essa auréola
Que tanto sacraliza o carnal
E canibaliza o sacro.
Onde os pecados e os mistérios
se misturam e a lua
já fora pisada pelo humano,
fincaram-lhe ainda a bandeira que
não tremula.
Despe desse olhar inquisidor.
Esse mar de dúvidas.
De exatas incertezas.
Que nos afoga
e nos afaga
Nutindo-nos da pura poesia.
Paradoxalmente pendurada
no orvalho
de uma flor em botão.
Ou no canto do sabiá,
presente ainda na brisa.
Que igual a poesia pura
Passa incólume mas
tatua sinistra a sorte
da nudez crua.