RAPTOU-ME O SONO
Teu olhar profundo...
Iluminado de olheiras
Notívagas estrelas!
Vens de muitas existências.
Enquanto eu cochilo... Durmo e sonho...
As horas pareciam mansas.
Mas o trovão em trovoadas furiosas
Raptou-me o sono!
Eu tenho medo e tapo os espelhos.
Meu coração pulsa... Palpita...
Soa... Geme... Treme e grita!
Da noite conheço a escuridão
Dos astros o denso silêncio
Minh’alma também é antiga
Queimei os pés nas areias escaldantes
Mergulhei em águas salinas.
Olho para o céu e vejo...
As brancas barbas do Divino
E a fúria de Zeus.
Estou lúcida!
Sei o que sinto...
Sinto e percebo o que sei
Então eu te imagino crio-te creio
Preciso de ti como agasalho
Para aquecer minha pele, derme, medo.
Não me diga que estou confusa... Dúbia!