CANTO DE AMOR AO SOL
É manhã e o sol radiante
se espalha sobre mim
e me invade.
Sua luz intensa
impressiona as minhas retinas
e me aquece o corpo.
Sob o sol, estrela singular,
a brisa se faz mais suave
e os dias são mais bonitos.
Descobri que amo o sol
e que o sol também me ama
porque, atirando-se sobre mim,
às vezes ofegante,
deita no meu colo,
rola sobre o meu peito
e, sem palavras,
me beija, me invade e me domina.
Sol, minha estrela. Minha estrela eleita
rainha dos meus dias,
mesmo à noite, quando há luar,
é tua luz que sinto
ainda que de forma suave
como se fosse uma canção dolente,
canção de ninar,
para me fazer dormir e sonhar.
O sol, como estrela que é,
sei, não me pertence,
mas ninguém pode roubar de mim
as sensações que sinto em sua presença
e as saudades da sua ausência.
Meu amor pelo sol, não sendo egoísta,
basta-me apenas a sua luz
para que eu me sinta feliz.
Bragança, agosto de 1971