POETA K
O poeta bebe de si mesmo
a palavra que o consome
a conta gotas...
Devora a palavra que o
regurgita...
Toma o licor mais forte
que lhe oferecem como
remédio... pois o vinho prodigioso
não quer sair da garrafa...só
entorpecimento aperta-lhe
o senso...
Come a comida mais estragada...
aquela encontrada no chão...
aquela que náo é mais comida...
E o poeta se embriaga
de si mesmo...quando
acontece quase nunca
retorna dessa proeza...
E quando se consome,
quando devora a própria
consciência...,quer ser imortal,
mas não chega a ser, não
alcança ser o que nunca
será, o que não pode ser...!