O limite do não ser.
Lá no fim do universo infinito
Ouviu-se um grito de horror;
Alguém atravessou o sinal.
Do limite do sim, passando pelo limiar
Do talvez, chegando ao não absoluto.
A Treva intensa apagou a sua face;
Seu brilho era um opaco surdo;
Tudo o que se tinha dito não mais valia,
A escuridão era espessa agonia,
Agora, a noite é que era dia;
O ser é o que não seria.
Apenas vácuo, espera, degredo... Medo.
Quanta saudade da dor humana,
Da insana exploração do sistema...
Da teimosia democrática, capitalista,
Católica, americanizada, bem nutrida;
Da luta pelo surreal socialismo
Da sonhada e inimputável igualdade;
Das guerras étnicas sem motivo.
Que vontade de ouvir as músicas ruins,
As dancinhas sem graça e,
Passar fome e não achar trabalho...
Procurar, desesperadamente
Uma novidade boa no mundo da arte...
Estudar em escola caindo aos pedaços,
Ser professor, ganhar quase nada;
Andar de bicicleta e de roupas velhas,
Não poder entras em suntuosos palácios...
O que é que o ser não daria
Para ser o que era ou o que não seria?