Oceano de Sangue
Aurora da vida
Crepúsculo da morte
Contagem divina
Momento tão temido
Nadando desenvolto
Em oceano de sangue
Oceano que a tantos afoga
Implacável força corrente
Força que a mitos abraça
Em sangue gloriou-se Aquiles
Com sangue honrou-se Ulisses
Em sangue Cristo chorou
Com sangue Fausto assinou
É a chamada final
É a história que se constrói
Em camadas profundas
Dorme guardião em carbono 14
Lampejos do fio do machado
Em consciências adormecidas
Liberdade e vida
Liberdade ou morte
Verdades iluminadas
Inimigos revelados
Abraços em armas
Chocam-se bramidos
Tremem-se orgulhos
Os campos exibem perdas
Os campos borbulham sangue
Vitória tornada em derrota
À glória restam abutres
Impõe-se o tempo
Senhor de todos os desenganos
Também em sanguinária sede de lobos
Ali se acha a marca do sagrado
Pois que é Suprema Lei
No tabuleiro cósmico da vida
Reine imponente, frio cajado da morte