Vermes
Sou o verme, vivo acoplado a tua pele dita humana, sou o parasita que perfura os teus ossos e te faz sentir dores indizíveis, alimento-me de tua angústia e escravizo-te paulatinamente...
Disfarço-me quando for preciso, preciosa natureza humana, diferente dos livros e dos ratos, tem o gosto balsâmico, o cheiro de pecados...
Tenho plena liberdade no ócio das tumbas, adormeço entre as carnes pútridas e os sonhos desolados, conheço as palavras, eu as fiz nascer em tua boca nas horas precisas, precisa carne natureza humana...
Depois da queda o contra mão, a válvula de escape, o orgasmo.
Sou o verme, estou em teus braços, em teus traços, copulando com outros vermes, obstruindo as tuas veias, no meio de tuas rugas, sou o verme que sugou a tua juventude, contigo assisti a primeira e a ultima chuva e o golpe de fez desvanecer as pequenas margaridas...
Agonia, agonia em plenitude, inconsciência Freudana, não creio que somos a condenação humana, paradoxalmente somos o início de tudo.