Escrita dissecada
Sou a fumaça das chaminés que adentra
às gargantas da terra...
Carrego o antigo hábito de caminhar nas
veredas subcutâneas, bisbilhotando sonhos
em construção...
Desde menina tenho facilidade para memorizar,
ando com uma enciclopédia ambulante,
onde estão gravadas velhas e novas histórias,
Nenhuma situação passa despercebida frente
ao meu terceiro olho...
Gosto de acariciar as flores, inclusive as rosas
de todas as espécies e cores;
são minhas favoritas.
Não suporto ver consciências dormitando,
ponho uma música agitada e logo elas vão
cumprir seu papel nas periferias da estação.
Descanso no seio da terra,
Sacio minha sede nas tempestades do deserto
E me alimento do néctar sobejado das abelhas mortas.
Sou alma inquieta, viajante no tempo, cobrando
dos sonhos a partilha da melhor parte da festa,
enquanto assisto a dissecação da minha escrita.
Nenhum dos caminhos percorridos merecem
minha estadia...
Muitos envelheceram aguardando respostas dos
que não retornaram,
tendo partirdo sem se despedir.
Isis