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Escrita dissecada



Sou a fumaça das chaminés que adentra


às gargantas da terra...
 
Carrego o antigo hábito de caminhar nas


veredas subcutâneas, bisbilhotando sonhos

em construção...

Desde menina tenho facilidade para memorizar,

ando com uma enciclopédia ambulante,

onde estão
gravadas velhas e novas histórias, 

Nenhuma situação passa despercebida frente

ao meu terceiro olho...

Gosto de acariciar as flores, inclusive as rosas

de todas as espécies e cores;

são minhas favoritas. 

Não suporto ver consciências dormitando,

ponho uma música agitada e logo elas vão

cumprir seu papel nas periferias da estação.

Descanso no seio da terra,

Sacio minha sede nas tempestades do deserto

E me alimento do néctar sobejado das abelhas mortas.

Sou  alma inquieta, viajante no tempo, cobrando

dos sonhos a partilha da melhor parte da festa,

enquanto assisto a dissecação da minha escrita.

Nenhum dos caminhos percorridos merecem

minha estadia...

Muitos envelheceram aguardando respostas dos

que não retornaram,

tendo partirdo sem se despedir.


Isis

 
Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 13/11/2013
Reeditado em 16/02/2017
Código do texto: T4569810
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