Vicissitudes Egrégias Abstratas

Num jogo de palavras rebuscadas,

Monto o meu cenário no papel,

Criando com caneta "bic" estourada,

Borro de azul o pôr-do-sol do meu céu.

Pra consertar, tinta guache branca,

Depois jogo óleo sobre a tela,

Isso antes era arte,

Agora chamam de novela.

Um cheiro podre exala desse canal,

Que liga o mundo ao esgoto,

Quem dera se fosse viral,

Como as fábulas de Esopo.

Não existe denominação tudo isso,

Por isso chamam de abstrato,

Não existe, não se entende, é omisso,

O que existe é, e ser é apenas fato.

Galileu nem era da Galileia,

Assim como Tarsila não era do Amaral,

Tudo isso é duro como o Leão da Neméia,

E mais salgado que caipirinha com sal.

Se o abstrato não se define,

A quem lhe cabe interpretar,

Será tu que não me entendes,

Ou eu que não sei falar?

Joey Martins
Enviado por Joey Martins em 03/11/2013
Código do texto: T4555277
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