Salvador

Secou o nanquim do tinteiro

E o poeta não percebeu

E entortou a ponta da pena...

Pobre poeta... Que pena!

Naquele dia pensou-se que

Poesia ali não haveria

Estava fechado o armazém

E outro lugar pra comprar

Tinta e pena não havia...

Sua musa sugeriu

Que emprestasse de alguém

Emprestar tinta e pena?

Sim, mas de quem?

Era novo ali

Não conhecia ninguém

O branco papel, inviolado

Baixinho ria e se divertia

Com um pouco de pena do poeta

Vendo que sem tinta e sem pena

O poeta ansioso e triste se fazia...

Mas de repente tudo mudou

O semblante do poeta clareou

Ele lembrou...

Ali em algum canto esquecido

Em alguma gaveta guardado

Um lápis de grafite salvador

O poeta sorriu, tudo ganhou cor

De repente o que era tristeza

Virou alegria

Naquele dia,

Um lápis de grafite

Salvou um poeta

E sua poesia...

= Roberto Coradini {bp} =

03//11//2013