filetes madrugais
o que seria de mim
se filetes não refrescassem
os vincos ardidos dos
dias que não te tenho?
encarquilhariam os sorrisos
grogues que penduro
nas teias da solidão
e os olhos,
ah, estes olhos
que purpurizam noites
esbugalhados e afoitos
(sempre picotam espessas
névoas madrugais)
tantas
tantas
ah, trincariam
e os cacos ficariam nestas mãos
para o tato fazer a visão de tudo
que foi visto em oração
[tua vinda intempestiva
rasgando o véu
que mumifica os dias
de muitas esperas]
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Interação Tony Bahia
Mumificados e brilhantes versos,
ao efeito do Sol e do Vento...
Quase chuva, quase chama, lodo e grama.
"Assim caminha a humanidade"!,
Florida nos jardins da poesia.
Inspira, transpira, todo suor que vem de dentro
em lágrimas de sal e cristais,
quando se escreve-descreve-versos,
nos sons poéticos da poesia..
Como se deitasse nua ao relento para acasalar
com os luares dos amores eternos.
A Lua tímida pela rara beleza
dos outros órgãos em outros planetas,
quase morta, ressuscita.
Ondas fazem labirinto na caverna clara
e escura dos caminhos. Pássaros fazem ninho.
Flor renasce quase morrida.
Num último suspiro,
brindo à vida.
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Obrigada, querido Tony, por esse
presente. Não há maior presente
que uma flor poética
se abrindo pertinho dos nossos
olhos...