Aquarela de Existência

Eu fico olhando as cores e as formas que elas criam

Se alguém passasse uma borracha, tudo sumiria?

Sou parte de um desenho bizarro, criação de uma mão bem treinada?

Então não sou corpo, sou abstrata e aos poucos o brilho da tinta que me pinta, acaba.

Olhar sem foco em um horizonte inexistente

Dois tons de azul que se fundem harmonicamente

O sangue vermelho que transborda pelas veias

São fios de vida na função energética de uma máquina com sentimentos diversos

Sou vida, sou sentido. Que sem sentido!

Sou só uma obra de um quadro amargo

Que é pintado e repintado todos os dias

Sou modificada a todo momento, mas o rascunho é o mesmo

Meu criador tem um humor ácido

E me coloca em situações estranhas

Me misturando loucamente com outros quadros

Fundindo minhas cores e minha existência em outras telas

Alessandra Ramírez
Enviado por Alessandra Ramírez em 25/10/2013
Reeditado em 25/10/2013
Código do texto: T4540896
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