Aquarela de Existência
Eu fico olhando as cores e as formas que elas criam
Se alguém passasse uma borracha, tudo sumiria?
Sou parte de um desenho bizarro, criação de uma mão bem treinada?
Então não sou corpo, sou abstrata e aos poucos o brilho da tinta que me pinta, acaba.
Olhar sem foco em um horizonte inexistente
Dois tons de azul que se fundem harmonicamente
O sangue vermelho que transborda pelas veias
São fios de vida na função energética de uma máquina com sentimentos diversos
Sou vida, sou sentido. Que sem sentido!
Sou só uma obra de um quadro amargo
Que é pintado e repintado todos os dias
Sou modificada a todo momento, mas o rascunho é o mesmo
Meu criador tem um humor ácido
E me coloca em situações estranhas
Me misturando loucamente com outros quadros
Fundindo minhas cores e minha existência em outras telas