O LOBO QUE NÃO É BOBO

O LOBO QUE NÃO É BOBO

O lobo, que não é bobo nem nada

Vai passear na floresta;

Olhar a ovelhinha fazendo festa.

Ela cresceu, está suculenta.

Mas o lobo que não é bobo,

Se segura, se aguenta;

Ela usa uma pelezinha minúscula

Passou pela tosa e já goza

Na cara dos que não mencionamos.

Ela entra e sai do cio, incólume.

Dança a dancinha do bumbum,

Do remelexo, do ziriguidum,

Chã, chão, chão e lambadão;

Da língua do lobo desce uma cascata,

A fome é quase fome de homem.

Fome que dói e que mata.

A barriga ronca e o corpo esquenta;

Vertigem, medo e vontade.

Dos olhos sanguinolentos do lobo

Saltam uma chama invisível.

Dizem que o lobo é terrível...

A ovelhinha fuma narguilé e toma coca;

Mas dizem que é só da que cola.

Rebola, bola; dizem que dá e dá,

Dizem que ela dá na bola

Mas, na bola é que o lobo não dá.

Ela toma sol e sukita; Agita.

A tenra carne temperada assanha

A sanha e a tamanha manha lobal.

O lobo cede ao seu instinto...

Com a boca amarga de absinto,

E dizem que o lobo é mau.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 22/10/2013
Código do texto: T4536796
Classificação de conteúdo: seguro