A Ladra
Vou lá ao teu cantinho
Chego bem devagarzinho
Delicio-me com teus versos
E aos poucos vou invadindo
Tua poesia teu espaço
Vejo-me envolvida nesse abraço
E dele não saio mais
Sinto-me a preferida
A musa e a bandida
Aquela que você usou
Para fazer belos versos
Poesia, contos de amor
Como se tudo fosse pra mim
Sinto os beijos, abraços e afagos
Gosto do toque de cada frase
E vou pegando aqui e ali
Pedaços de poesias pra me aquecer
Se sou eu a bela faceira
Noutra sou a forasteira
Que invadiu teu coração
Sem permissão e sem conversa
Fez chorar doce poeta
Com promessas e partiu
Ou sou a dançarina
Que encantou todos os ébrios
Fez-se amante e louca
Roubou teus beijos
Escravizou tua boca
Princesa de frágil beleza
Fantasia que nunca vesti
Mas viajo nas tuas poesias
E visto assim fantasias
Que nunca sonhei existir
Desculpe poeta querido
Se uso tuas rimas, teu abrigo
Para me fazer feliz e viver
É porque não me resta nada
Nesta vida amargurada
Pelo menos musa eu quero ser
Perdão meu caro amigo
Faço assim pra não morrer
Sei que não são meus
Os versos do teu poema
Nem a inspiração que os fez nascer
Sou apenas uma leitora
Que se envolve em cada trama
Pinta o rosto, maltratada
Cigana, andarilho, perdida
Mas pode me chamar de “ladra”