Meus Fragmentos.
Há um chão sob meus pés?
Pareço que ando flutuando, teria perdido meu chão?
Caminho, caminho e não chego a lugar nenhum
Não estou andando em círculos, estou parada no mesmo lugar
Projeto minha mente para longe, fugindo de meus próprios pensamentos
Que coisa caótica é fugir de si, até parece que não me gosto.
Mas amo a mim, da mesma forma que odeio
Afinal, é uma linha tênue, certo?
Eu, que tinha certeza de tudo, agora estou confusa.
Um turbilhão de pensamentos inconstantes
Frio e quente, não sei do que gosto mais
Me parti tantas vezes que não reconheço qual de minhas formas eu sou
Será que também tenho dois corações?
Gosto de pensar que sim, um de sangue e um de trevas
Mas isso seria algo ruim, porque eu amaria vezes dois
Já me é uma fatalidade enorme amar com um só
Preciso me salvar, mas como sair colando meus pedaços
Se o que mais quero é me partir novamente?
Teria de passar por um julgamento, mas sou suspeita
E não ousaria apontar o dedo para mim
Estou em uma sala com todos os meus fragmentos
Todas as personalidades que separei e estamos debatendo
Se eu não fosse tão teimosa eu poderia ouví-las, e talvez estaria salva
Mas nunca conseguimos chegar a um consenso, e eu continuo confusa.