A soma do nada
Para quem vive roubando os minutos
Brincando com os seus próprios sentimentos
Tragando veneno puro ao sair por aí distraída
Fica a certeza de que os espinhos nascem primeiro
A cura do imenso derrame de dúvidas vai chegar
Aí o vazio se instala e tudo volta ao normal
Mas sem dor não dá mais para ficar, viver
Sem dor é tudo um marasmo, um oceano sem ondas
Uma estrada sem curvas parece tão óbvia, clara
Prefiro colecionar minutos sobrados, sem donos
Minutos que ninguém quis ou deu valor
Minutos que sobram do dia a dia sem graça de alguém
Presente de grego, cavalo de Troia, olhar de Medusa
Inabalável ruptura do que é real, correto, certo
Errar parece tão distante quanto parece invisível o céu
Está logo ali o pecado, alcançá-lo é colher brisa
Então porque esta inevitável leveza me assusta?