ENTALHE
Ruínas de uma casa de pedra
que se desmorona incessantemente
aos olhos do dia
O dia é sempre o mesmo
quando já não existe a busca e o desejo...
E eu despencando da minha perplexidade
e a água lavadora dos tormentos
recolhendo farpas e espinhos ...
Choram olhos de tantas mulheres
nas mesmas histórias
vestidos claros e vontades úmidas
lampejos, tempestades, um êxtase
enfim, o sol se pondo sobre tantos corpos
de carnes já perdidas...
A vida é esta desordenada escrita em pedra
por onde insetos minúsculos
desenham outras palavras!