CON/SENTIMENTO
Desfolho a rosa do tempo
inútil é querer o sempre
se nada resiste à sorte.
Suporte que não me deixa
perder-me em sombra ou cuidado
é o indelével da crença
que o existir facetado
na forma só mostra um lado.
Gravo em memória o recado
que a rosa veio me dar
e sigo o meu doce fado.
Lembrança há de apagar
cicatrizes, e cansaços
Tudo há de suavizar.
Além eu sequer questiono.
Com certeza a me fartar
em descanso ao indiviso,
como a rosa hei de furtar-me,
do efêmero em regozijo.