CON/SENTIMENTO

Desfolho a rosa do tempo

inútil é querer o sempre

se nada resiste à sorte.

Suporte que não me deixa

perder-me em sombra ou cuidado

é o indelével da crença

que o existir facetado

na forma só mostra um lado.

Gravo em memória o recado

que a rosa veio me dar

e sigo o meu doce fado.

Lembrança há de apagar

cicatrizes, e cansaços

Tudo há de suavizar.

Além eu sequer questiono.

Com certeza a me fartar

em descanso ao indiviso,

como a rosa hei de furtar-me,

do efêmero em regozijo.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 08/10/2013
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