Percepção
Um conjunto de luzes cintilantes
De estrelas brilhantes a piscar,
Piralampos soltos vão distantes,
Numa noite escura sem luar.
Veredando pelas trevas dessa noite
Balançando as árvores em compassos
Só escuto do vento o açoite,
Assustado com meus próprios passos.
Ouço um pássaro chiando aninhado
Sobre as folhas da árvore copada,
De repente vejo um vulto desenhado,
Não é vulto, foi percepção formada.
Num instante o vulto se desfaz,
Como ondas as folhas se balançam
Num sombrio mar sem ter um cais.
Velejando as estrelas se deslizam,
Sem o brilho de piscar elas se casam
E a noite termina, tudo em paz.