O CORTEJO DAS BORBOLETAS
Procissão de borboletas
flutuantes
percorrem as auroras em voos
adornados
a regozijarem florescências nos cortejos
das sílabas
e dos gestos nos arroubos
dos jardins
Ardem-se em frenéticos
devaneios
entre flores de lumes
cores
a tecerem, com suas sedas
viscosas,
finas redes de ilusões
cândidas,
e cios com concupiscências
vagas.
Ao fim do dia
adormecem nas proeminências
horizontais,
com suas maquiagens submergidas em cinzas
mornas,
onde declinam a carne em regalos
cálidos
e naufragam as asas nos enlevos
das brumas.
Péricles Alves de Oliveira