Perdoe-me

Se eu fui além do que devia

Se disse coisas que você não queria

Se entreguei tudo sem guardar nada

Se fui uma doida desvairada

Se me dei demais e nem percebi

Se com meus olhos, magoei, feri

Se fiz chover dentro do teu peito

Se deixei brotar um sentimento sem direito

Se mostrei a nudez dos sentimentos

Se cantei em teu ouvido num lamento

Surrando coisas de saudade e de amor

Se te prendi numa teia enorme e perigosa

Se agora é tarde e não temos mais janelas, portas

Se fui tão inconsequente, sem limites

Se insisti em escrever esta história

Se enfeitei a amizade com paixão

Se não entendi o chão que se formava

Se ao te ver perco a razão

Se não evitei atravessar a ponte

Se vi muito além um horizonte

Perdoe-me por me atar assim

É que não tenho mais nada além do que sinto

Perdoe-me se só assim eu sei que existo.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 30/09/2013
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