Se eu não te Salvo
Se eu não te salvo,
É porque do alto do meu abismo
Eu mesma tateio, no escuro,
Sentindo as bordas com os pés nus
E crivados de espinhos...
As minhas asas amarradas
Sonham com a Mão que as desamarre,
Sonham com a brisa abençoada
Que traga, enfim, algum alento...
Por isso, eu não te salvo!
Mas mesmo assim, insisto, tento
Me transformar em uma outra
Que alcance, então, as tuas mãos
Que a mim se estendem na distância...
Se eu não te salvo, enfim,
É porque espero que tu possas
Triunfante, vencer essas fossas
E quem sabe, chegar até mim!