Onze Meias-Noites - Sexta Meia-Noite
Sexta Meia-Noite
11 de fevereiro de 2006
00:06h
Garrafas de vinhos venenosos
São lançadas todas
Nos rios chamados de
Rios De Correntes Tolas.
Bêbados caem em lagoas
Povoadas por serpentes
De mandíbulas muitas
Que dilaceram metade
Das grandes metades de
Muitas peles.
Um poeta bêbado chamado
Augustus Mayer
Aqui berrante em meu lar está.
Ele segura quatro daquelas garrafas
Na mão esquerda.
Ele tem rios nos olhos.
Ele tem lagos nos lábios.
Meia-Noite,
Sexta Meia-Noite,
Nasço em uma Meia-Noite!
Augustus derrama
Em minha alma sóbria
Os líquidos das quatro
Garrafas pequenas.
Grandes são os vinhos.
Grandes venenos possuem os vinhos.
Grandes rios nos olhos de Augustus.
Grandes lagos nos lábios de Augustus.
Minha alma bebe o veneno
Das quatro garrafas
De vinho.
Este delicioso quádruplo derramar
Embebeda-me em um mar
De muitos vinhos.
Estou bebendo muitos
Muitos mares...
Estou em muitos mares...
Estou em muitos vinhos...
Augustus está chamando Baco...
Eis em meu lar o Deus Baco!
Deus Baco
Sem as bacantes!
Deus
Baco
Sóbrio!
Por que eu estou bêbado?
Por que tu estás bêbado,
Augustus?
O Deus Baco
Cumprimenta a Meia-Noite
E põe-se à minha esquerda
Para ditar-me sóbrios textos.
A voz de todos os vinhos
Irrompe em meu Ser,
Minha Alma Eterna
É vinho sóbrio,
Meu Espírito Eterno
É vinho sóbrio,
Minha mente
É vinho sóbrio,
Meu corpo é vinho sóbrio.
Minhas mãos de vinho sóbrio
Escrevem
Fortes
As
Palavras
Do
Olímpico
Baco.
O Olimpo
Dos não-deuses humanos
Apenas possui
Antideuses que se acham
Superdeuses
E que são na
Realidade
Do
Olímpico
Baco
Vinhedos
Podres
Esmagados
Pelas
Mãos
Dos
Verdadeiros
Deuses.
O
Olímpico
Baco
Diz
Que
O
Veneno
Dos
Seres
Humanos
É
Um
Vinho
Verdadeiro
Venenoso
Que
Nem
Ele
Bebe.
Augustus bebeu muito
Do
Vinho
Verdadeiro
Venenoso.
Eu bebi muito
Do
Vinho
Verdadeiro
Venenoso.
O Olímpico Baco
Ergue Sua Olímpica Voz
Para dizer-me
Que as prostitutas
Tão Filhas Da Meia-Noite
Como eu
E Augustus
São
As
Únicas
Que
Possuem
Vinhos
Sem
Venenos.
Diz-me
O Olímpico Baco
Que
As prostitutas
São
Criaturas puras
Que
Sabem beber
Melhor
O vinho venenoso
Para
Poderem ser
Santas
Que possuem
Vinhos
De beatitude.
Todos
Os vinhos
Das
Prostitutas
É
Vinho saudável!
Na Meia-Noite
Sinto as prostitutas
Que o Deus Baco
Tenta fazer
Que eu veja.
Augustus traz-me uma.
Vitória Amélia aqui está.
Vejo Vitória...
Vejo Vitória Amélia...
Quanta volúpia
Nas
Curvas
De
Vinho
Transcendental!
Quanta força
No
Vinho
Que
Posso
Dela
Beber!
Sim,
Olímpico Baco,
Augustus,
Vitória Amélia,
As prostitutas
Possuem vinhos
Que eu posso beber!
Sei
Agora
Porque
Estou
Bêbado!
Sei,
Agora,
Augustus,
Porque
Você
Embebedou-me!
Sei,
Agora,
Olímpico Baco,
Porque
Vós
Estais
Sóbrio!
Vitória Amélia,
Musa Mãe
Do Vale Das Prostitutas Salvas,
Venha unir-se aos meus
Amigos poetas,
Às minhas
Amigas poetisas
No Vale Dos Poetas Perdidos!
Vitória Amélia,
Mais do que as curvas
Do vosso caloroso corpo
Que encantou milhões de homens,
Quero ver-te poetizando
Bebendo comigo
O acalentador vinho
Da Meia-Noite
Nossa Mãe!
Minha irmã
Vitória Amélia,
Cantemos
De
Braços
Dados
As
Canções
Que
O
Nosso
Amigo
Diabo
Lúcifer
Satanás
Moldou
Para
A
Meia-Noite!
Bebamos
Agora
Com
O
Olímpico
Baco
O
Vinho
Das
Canções
Do
Nosso
Dançar
Bêbados
Pela
Meia-Noite!
Bebamos,
Vitória Amélia,
Com o bêbado poeta
Amigo nosso Augustus
O
Vinho
De
Nossas
Poucas
Alegrias
Cantando
Para
O
Nosso
Amigo
Diabo
Lúcifer
Satanás
A
Nossa
Bebedeira!
Cantai
Conosco
Vossas
Canções
Amigo Diabo!
Cantai-as
Como
Lúcifer!
Cantai-as
Como
Satanás!
Cantai-as
Com
Vosso
Irmão
Olímpico
Baco!
Bem-vindo
Ao
Meu lar
Amigo
Diabo
Lúcifer
Satanás!
Osbolos
Hoje
Não
Virá!
Bebamos vinhos!
Bebamos os vinhos!
Bebamos os vinhos da Meia-Noite!
Bebamos!
Bebamos.
Bebamos?
Bebamos...
Osbolos veio.
O Olímpico Baco levado.
O Diabo Lúcifer Satanás levado.
Augustus levado.
Vitória Amélia levada.
Tu
És
Meu
Inimigo
Osbolos!
Por causa da Mãe Madrugada
Chegando para
Separar a Meia-Noite
Do Dia querendo despertar
Vós levais sempre
Os meus amigos!
Osbolos
Meu
Inimigo!
Osbolos
Inimigo!
Osbolos!
Osbolos...
Que som estou
Bêbado
A ouvir alegre?
O som...
O som?
O som.
O som!
É Byron cantando!
Ao seu lado direito
Diabo
Lúcifer
Satanás!
Ao seu lado esquerdo
O Olímpico Deus Baco!
Augustus Mayer
E
Vitória Amélia
Dançam
Beijando-se
Bebendo
Mutuamente
Os
Vinhos
De
Seus
Lábios!
O Vale Dos Poetas Perdidos
Realiza
Uma
Festa
Junto
Com
O Vale Das Prostitutas Salvas!
Os Perdidos beijam As Salvas!
As Perdidas beijam As Salvas!
Apenas poetas beijam-se
Provando
Mutuamente
Os
Vinhos
De
Seus
Lábios!
Não há amor!
Não há amor nesse beijar!
Há vinho!
Há vinhos!
Vinhos não-venenosos!
Estes vinhos
Osbolos
Meu inimigo
Vós não podeis
Deles
Levar
Para
Nossa
Mãe
Meia-Noite!
Os
Vinhos
Não-venenosos
Nascem
Da
Meia-Noite!
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