Onze Meias-Noites - Quarta Meia-Noite

Quarta Meia-Noite

18 de setembro de 2005

00:55h

Está estranha

Esta Meia-Noite

Adentrando forte na morte

Da madrugada.

Tu,

Meia-Noite,

Sobrevive à Madrugada

E permanece na calada

Da mais calada noite

No coração deste

Poeta caminhante

Por todos os vales

Poéticos maiores.

Meia-Noite,

Quarta Meia-Noite,

Nasço em uma Meia-Noite!

Da Tumba Das Alegrias

Vem o riso

De todos os palhaços

Do circo horroroso

Da morte vívida

Neste mundo horroroso.

Os palhaços estão rindo

E os palhaços

Fora da Tumba,

Como eu,

Choram por não saberem

O que é um

Verdadeiro riso

E o que é uma

Verdadeira alegria

Neste circo de agonias.

A Dama Rubra

De Pele Morena

E De Rubro Vestido

Ri junto com eles

Na Tumba.

A Dama Rubra

Está aqui comigo.

Os palhaços estão

Aqui comigo.

O Homem De Negra Veste

Com eles veio

E

Aqui

Está

Comigo.

Os palhaços

São

Milhares.

Os nomes

São

Milhares.

A Dama Rubra

É Maria Padilha

Das Santas Almas Benditas.

O Homem De Veste Negra

É Iago Ben Henoc

Da Terra De Judá.

Maria Padilha

Comigo dança

Um Samba Místico

Cujos tambores tocando

Levam todas

As minhas dores.

Maria Padilha dança

E eu danço

Uma música fabulosa

N’alma não-musical minha

Que não ri

E que não

Se alegra.

Iago,

O

Que

Fazes?

Iago,

O

Que

Me

Falas?

Iago,

O

Que

Me

Mostras?

Iago,

Byron está calado,

O Vale Dos Poetas Perdidos

Está calado.

Iago

Eu estou calado

E a pena aqui

No papel branco

De alguma pureza

É levada a escrever

Sobre a nossa

Mãe

Irmã

Espiritual

Meia-Noite

Na já Madrugada.

Iago,

Tu

Não

Danças.

Iago,

Tu

Não

Queres

Dançar.

Iago,

Tu

Não

Queres

Sapatear

No

Solo

Que

É

Maldito

Aos

Teus

Olhos.

Iago,

Entendo-te porque

Todo solo deste mundo

É imundície refinada

Pelos refinados

Palcos da ilusão

De fina vida morta

Dos vivos mortos humanos

Desgraçados

Malditos

Desgraçados

Malditos

Desgraçados

Malditos.

Os seres humanos

São

Miseráveis

Desgraçados

Malditos

Cegos

Irrequietos

Cretinos

Imbecis

Cegos.

Os seres humanos

Não dançam muito

Convosco,

Maria Padilha.

Os seres humanos

Sapateiam nos solos malditos

Imerecedores dos vossos pés,

Iago.

Os seres humanos

São

Cemitérios.

Os seres humanos

São

Ossos

Quebrados

Abaixo

De

Carnes

Putrefatas

Ditas

Vistas

Como

Belíssimas!

Os seres humanos

São

Ossos

Mastigados

Pelas

Carnes

Mastigáveis

Que

Nem

Demônios

Famintos

Desejam

Saborear

Por

Serem

Venenosas

Assassinas!

Os seres humanos,

Maria Padilha,

Dançam

A

Dança

Da

Música

Dos

Cemitérios

Vazios

Inexistentes!

Os seres humanos,

Iago,

Como

Vós

Não

Dançam

O

Samba

De

Maria Padilha!

O batuque...

O batuque...

O batuque...

O Samba Místico

É Samba Cósmico

E os instrumentos afinados

São O Kosmos

Tocado por mãos impuras

Que são as minhas.

Samba Místico!

Samba Cósmico!

Não há carne nua

Nos Acordes

Do Samba Místico!

Não há nua carne

Nos Poderes

Do Samba Cósmico!

Sapateies,

Sapateies,

Sapateies

Dama

Rubra

De

Pele

Morena

E

De

Rubro

Vestido

Maria

Padilha!

Sapateies

Junto

Com

Todas

As

Santas

Almas

Benditas

Maria

Padilha!

Está aqui A Madrugada!

Está!

Mas

Continues sapateando

Maria Padilha!

Iago

Foi

Embora!

Os

Palhaços

Foram

Embora!

Eu

E

Você

Maria Padilha!

Eu

E

Você

Maria Padilha!

Eu

E

Você

Maria Padilha!

Continuemos

Sapateando

Amiga

Companheira

De

Samba

Verdadeiro!

Sapateiemos

Na

Rubra

Obra

Da

Meia-Noite!

Sapateiemos

Na

Rubra

Obra Da Meia-Noite

Na

Madrugada forte

De

Todo caminho

Levando

A todas as noites!

Sapateiemos,

Maria Padilha!

Sapateiemos

Irmã

Filha

Da

Meia-Noite!

Tu ficas,

Minha guardiã!

Byron já canta!

Byron já dança!

Eu canto!

Eu danço!

Sapateio no solo

Da

Meia-Noite!

01:45h