ESPIAVA


Da janela olhava a vida passar 
Por detrás das cortinas
Com medo de se mostrar

Cada dia seguido de outro
Lá estava ela
De tocaia, a espreita
espiava, desconfiada
E retraída

Nunca encontrava saída
Pois, a porta da casa 
Trancava com cadeado.
Naquele espaço, reclusa
Observava as pessoas
Com muito cuidado.

Tinha medo de se ferir
Então, olhava a vida pela vidraça
Escondida por detrás da agonia,
De se tornar invisível

As vezes pensava:
Até quando isso será possível


(Imagem: Lenapena- Ruas de NY)
Lenapena
Enviado por Lenapena em 14/09/2013
Reeditado em 16/09/2013
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