Contrapartes

Ela me olhou

na penumbra

sob olhares obscuros

entre lapsos futuros

Ela me disse

com a voz da razão

o que sente o coração

quando não mais sonha

Me falou ao relento

na noite que se resfria

na luz, a calmaria

o momento onde nada

se torna absoluto

Ela me fitou

na brevidade do tempo

Me avisou, me despertou

para a realidade

a irreversibilidade

a obscuridade

Ela, me olhou, me disse

Eu não escutei

não quis ser visto

Fugi, menti, quase desisti

mas, ela não permite

que ninguém se vá

antes da hora

antes que sua contraparte

venha em silêncio

ou ao ser exigida

já que a morte nada faz

sem a permissão da vida

Eder Ferreira
Enviado por Eder Ferreira em 09/09/2013
Código do texto: T4474063
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