Anjo Al Berto (in memoriam)
Não gosto dos meus versos,
melhor, gosto das minhas estrofes.
(Gosto dos meus poemas, mas não gosto das minhas rimas).
Não gosto da métrica porque é hermética,
enclausura o poeta mas este é livre.
Mas como ser livre o poeta? com tantas restrições?
deve ter pena de asa e as asas voam, sem prisões
Mas eu não sou poeta, Ah!... se eu fosse poeta...
sonhava com poemas de penas, apenas
Com rimas, com métrica e com dilemas.
Ontem sonhei que cheguei ao céu
e encontrei o Anjo Al Berto, que como Homem,
o poeta Al Berto era um Homem aberto
Um pensador decerto, um sonhador.
Perguntei: "Al Berto, que poeta pode emanar tal luz"?"
(Ao fundo vi um Anjo que irradiava uma luz de candelabro).
Respondeu: "é Deus o poeta", o instigador do tempo!
dizem que viveu na transcendência do sonho
à luz do luar vagarosamente padeceu
sem que nenhum momento ou sentimento
o tenha convencido a permanecer entre os vivos.
(À memória do poeta pós-modernista Português, Al Berto, 1948-1997).