QUEDA NA MATÉRIA

Lançado como fui

em novo caminho,

choro e desço, rumo

ao que desconheço.

...O medo me assalta.

Mergulho na noite,

o frio e solidão,

me fazem tremer.

A vida já pulsa,

em todos os cantos.

...Ainda me espanto.

Caio bruscamente

e não me agarro.

Etéreas são as mãos,

que ainda carrego.

...Outras, ainda terei.

É muito escuro,

mas,eu chego,

quase inconsciente,

a nova morada,

abrigo temporário.

...Deste meu EU.

Quase me afogo,

naquele momento.

Vítima que sou,

de momentânea,

inconsciência.

...Ainda sonho.

Olho pra cima e lados,

procurando mãos amigas,

desejando um abrigo.

A necessidade obriga-me,

porém fico mudo.

...Choro.

Na confusão

do meu EU,

sou muito pequeno,

criança sem fala.

...Só penso.

Ao lembrar-me quem eu sou,

contento-me com migalhas,

que eu mesmo criei.

Pedaços que deixei,

pelo caminho.

...Trilhado.

Remonto pedaços,

das partes de mim.

Alguns com encaixe,

outras partes descarto.

...No etéreo espaço.

Por isso eu prossigo,

busco um caminho,

agora que já sei,

para onde eu vou.

Já sei aonde chegar,

a um destino final,

pra novo recomeço.

...No corpo que ocupo.

01/07/2013 -VEM

Vanderleis Maia
Enviado por Vanderleis Maia em 03/09/2013
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