havia cantando em mim

“o uirapuru veio fazer serenata no meu jardim...”

...no desejo de embalar me o sono

que fugiu em veloz corcel

embranquecendo em colinas

enfeitado de noturnas

neblinas

e,

fico enlevada nestas flâmulas

de cortinas até cair em teias de alvoradas

sentindo pingos cristalizados de orvalhos

em minhas palmas esticadas

ansio acolher mavioso canto

que impregna (meus) ouvidos junto

às dobras de brisas envelopando

melodias balançadas em arrebóis

sigo arrebatada

alma transfigurada

até soar ocaso emplumado de cores

peneiradas de sol

quando,

entre lâminas crepusculare

pousa aquele pássaro nas tramas

dos (meus) cabelos

emaranhado de sedas e...

canta ainda mais um pouco

baixinho...

[melodiosa ave

seduzindo me no bico embebido

em tinto vinho

pareando tons de rendas

embriagando me em canção solo

farfalhando asas na alvura leitosa

das brumas vertidas do meu colo]

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 27/08/2013
Código do texto: T4453960
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